segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Do Começo Ao Fim

"Para entender o nosso amor, teriam de virar o mundo pelo avesso"

O filme "Do Começo ao Fim" de Aloizio Abranches, que deixou em polvorosa homossexuais brasileiros desde a divulgação do seu trailer em Maio, teve sua estréia em 27 de Novembro de 2009. O filme foi alvo de descontentamento e críticas negativas devido a sua realidade inverossímel e um roteiro raso, também pudera, sua temática homossexual somada ao incesto, uma combinção polêmica, criou expectativa em milhões de internautas. É quase geral a insatisfação no meio crítico de cinema... exceto aqui.

Primeiramente, vamos entender a história: Francisco (João Gabriel) e Thomas (Rafael Cardoso) são dois meio-irmãos que sempre tiveram uma forte ligação, o que causava estranheza aos olhos de seus pais e envolvidos. Com a morte da mãe (Julia Lemmertz, em interpretação leve e verdadeira), engatam um romance incestuoso de amor incondicional. A combinação de incesto e homossexualidade criaria um filme polêmico e com quebra de tabus, mas não é isso que acontece. O filme tem um roteiro raso, limitado e pueril e não encontramos conflitos emocionais ou interferências de terceiros. Temos um filme lúdico e fantasioso.Leve. Incrivel.

Para que vocês entendam minha linha de raciocínio, precisam entender o propósito do filme. Não adianta cobrar do filme algo que ele não se propôs a ser. Temos de apreciá-lo como um todo, pela sua delicadeza e leveza. Não foi pretencioso e quis apenas ser agradável, simpatico e romântico. O próprio diretor afirmou que queria fazer um filme absolutamente feliz, sem tragédias e dramas. Talvez tenha sido por isso a exclusão de uma profundidade maior nos conflitos psicológicos, a morte dos pais ou a interferência de terceiros. João Gabriel e Rafael Cardoso (Comecei a assistir 'Cinquentinha só por causa dele e do Pierre Baitelli) são gostosos e possuem uma química incrível, a trilha sonora é fantástica e sensível e a fotografia agradável e gostosa.
"Do Começo Ao Fim" é uma fábula Fabulosa e um sopro ao cinema nacional gay.

Possibilita-nos uma discussão muito maior do que alguns poderiam visualizar: A auto-flagelação e limitação. Na sina de querer explodir os sentimentos internos, o ser humano utiliza das polêmicas para extravasar suas vontades frente aquilo que tanto crítica, mas que tanto espelha-se. Queriamos ver a polêmica, o considerado 'podre', não para criticarmos, mas para nos identificar. Precisamos ter certeza que não somos os únicos que sofrem ou possuem um pensamento fora do padrão. Além disso, a estirpe homossexual deve parar de sentir-se 'coitadinhos e excluídos perante a sociedade', pois se nós nos sentimos inferiores, sempre seremos inferiores. Temos sim que acreditar em um amor puro e incondicional. Não é por que é um filme homossexual que deve ter um final triste. Fico feliz em assistir um filme gay (e brasileiro) e sair leve do cinema. E termino a crítica com a frase que ilustra este blog: "Alguns homens veem as coisas como elas são e se perguntam por quê. Outros sonham com coisas que nunca existiram e se perguntam por que não?" (Bernard Shaw).

Os Cinco melhores filmes sobre INCESTO:
1° Os Sonhadores ; 2° O Silêncio; 3° Lolita (1962); 4° Pink Flamingos; 5° Através de Um Espelho

"Te amo por que você poderia amar qualquer um no mundo, mas você ama a mim."

Por Cláudio_DeLarge

3 comentários:

Anônimo disse...

Primeira crítica positiva do filme. Até que tem sentido

Natália disse...

Nunca tinha visto o homossexualismo nessa perspectiva mais leve. Adoro ler você. SEMPRE aprendo algo.

Anônimo disse...

Belas palavras e bom comentário, valeu vou assistir.

TONY