domingo, 20 de março de 2011

Dar-se o Direito

"Quero fazer com você o que a primavera faz com as cerejeiras" - Pablo Neruda

A frase que abre esse post não tem relação nenhuma com o seu tema. E sabe por que? Por que dei-me o direito de colocá-la sem um contexto obrigatório. Li, gostei e coloquei. Alias, pensando bem, ela tem uma relação indireta. A primeira é que comecei a escrever com uma temática na cabeça, porém sem uma linearidade. Ou seja, construo o conteúdo exatamente na hora em que estou escrevendo-o, sem ter estruturado-o com as regras básicas da redação: Introdução, Desenvolvimento, Prova e Conclusão. Estou dando-me o direito de errar e me corrigir, assim como dei-me o direito de colocar uma frase despretensiosa... Bosta! A frase ligou-se indiretamente com o texto. Subconsciente safado!

Há tempos venho defendendo uma filosofia de vida que, em sua aderência, teoricamente é perfeita. Chama-la-ei de "Tudo é Cheio de Amor", inspirada na música "All Is Full Of Love" da Bjork. Ela consiste em perceber que tudo, eu disse TUDO é cheio de amor. Não quero parecer demagogo, mas sempre defendi que não existe certo ou errado, mas interpretações. Todos os acontecimentos, objetos e sentimentos possuem o seu lado positivo o qual podemos extrair algo bom ou "cheio de amor". Afinal, a interpretação é unilateral, ou seja, meu objeto de interpretação ramifica-se em milhares, talvez milhões, de sentidos. O objeto SEMPRE estará cheio de amor, porém é minha interpretação limitadamente tendenciosa que escolherá percebê-lo ou não.

Pois bem, a questão é, e se eu não quiser percebê-lo?
Colocar tudo em uma posição maniqueísta facilita o entendimento, mas não é conclusiva ou satisfatória. Sim, tudo é cheio de amor, assim como tudo é cheio de ódio, assim como tudo é uma mistura dos dois, um completa o outro e um é o outro e um não existe sem o outro. Dar-se o direito ao ódio é necessário e isso chama-se equilíbrio. Não digo o "Ódio" pejorativo, mas em sua essência. Somos formados também por ID e, recusá-lo, é recusar-se a si. 

Portanto, dar-me-ei o direito de sobrepor as características que não me agradam frente as que poderiam me agradar em determinado indivíduo ou objeto. Não quero fazer amizade com tal pessoa? Não farei. Não quero ser simpatico? Não serei. Isso chama-se egoísmo? Não, chama-se urgência. Urgência em vivenciar apenas aquilo que me interessa.




"You've never been so nuts about a guy
You wanna laugh you wanna cry
You cross your heart and hope to die"
It's Oh So Quiet - Bjork

5 comentários:

Anônimo disse...

E faz todo o sentido.

Gpride disse...

Caro responsável pelo blog, não encontramos uma forma de contatar você diretamente.
Criamos uma rede social dedicada ao público LGBT e gostariamos de contar com sua presença em nosso espaço. E se a rede for de seu agrado, contamos com sua divulgação.
Por favor entre em contato conosco pelo email contato@gpride.net

Não divulgamos a URL diretamente pois respeitamos seu espaço.

Esperamos você lá!

Xxx disse...

Cláudio,

Gostei das reflexões de hoje.

Somos tão cheios de "urgências" (sejam provenientes do ID ou não), não?

Abraços...

Xxx disse...

Oi, Cláudio...

Legal o novo layoult do seu blog! Show!

Abraços...

Anônimo disse...

Tambem adorei o layout novo.