domingo, 28 de fevereiro de 2010

O Ensaio de Um Crime [+18]

"Eu sou a Morte, literalmente a Morte!
Eu não carrego gadanha nem foice. Só uso um manto preto com capuz, quando faz frio. E não tenho aquelas feições de caveiras que vocês parecem gostar de me atribuir a distancia.
Quer saber a minha verdadeira aparência?
Eu ajudo. Procure um espelho."
- Trecho do Livro 'A Menina Que Roubava Livros'

O desespero toma conta do meu corpo e a dificuldade de respirar coloca um filme de minha vida em meus olhos. Ele, que achei estar morto, apertava meu pescoço violentamente. Já não conseguia enxergar mais nada. Meus pulmões explodiam, gritando por ar.

***

- Júnior - Respondi ao porteiro. Segundos depois ele autorizou-me a subir para o apartamento.
A entrada do condomínio era luxuosa e chamativa. Não sabia dizer se o que mais chamava a atenção era o lindo jardim de entrada ou as sacadas enormes. Tudo era espelhado e com câmeras, o que deixou-me meio tenso. Já dentro do elevador escolho o botão "9" e coloco a senha - 74376. Um andar inteiro só dele e sua ostentação contida.

O elevador abre-se e vejo a porta já aberta. Entro, tiro o capuz e a blusa. A ansiedade desperta. Tiro meus sapatos, meias e minha camiseta. Encontrava-me apenas de calça jeans, sem cueca. Já podia sentir o meu pau pulsando só de visualizá-lo.

- Cláudio, delícia, por que apresentou-se como "Júnior", haha. Alguma nova experiência sexual? - Ele vem em minha direção e começa a me beijar de um jeito violento. Sua barba por fazer machuca meu rosto, mas não ligo. É mais gostoso. Arranho suas costas por cima da camiseta e a tiro. Paro o beijo e olho no interior de seus olhos. Ele lambe os lábios e tenta continuar o beijo. Desvio o rosto. Violentamente empurro-o contra a parede e beijo-o agressivamente. Pressiono minha coxa contra o seu pau. Puxo seu cabelo para trás e lambo do início do seu pescoço, caminhando pelo queixo e terminando na orelha. Ele descontrola-se e prende-me entre a parede e ele. Segura meus pulsos de maneira que eu não possa me mover. Beija e mosdisca meus mamilos, minha barriga e começa a chupar-me por cima da calça jeans. Estou quase explodindo.

Voltando a minha boca, coloca-me no colo e eu entrelaço minhas pernas sobre sua cintura. Ele me carrega até a cama. Me joga de bruços e começa a lamber e a babar por entre minhas pernas, minha bunda, minhas costas finalizando em minha orelha. Deito-o na cama e, com uma algema, prendo suas mãos na cabeceira da cama. Ele encontra-se em ponto de bala. Lambo-o. Conheço cada parte do seu corpo com a língua. Tudo. Termino nos dedos dos pés. Minha lingua percorre a sola e entre os dedos. Com ele deitado, ponho-me em cima. Ainda sem camisinha, explora delicadamente a mim. Seu pau pede desesperadamente pelo meu corpo. Eu cedo. Camisinha, sinto-o calmamente em mim. Lentamente, aumento a aceleração aos poucos. Minutos depois, consigo ouvir o barulho do baque de nossos corpos. Ele delira. Eu anseio. Dou um tapa médio em seu rosto. Sua expressão continua de quem está delirando. Dou dois tapas seguidos. Agora quem trabalha são meus quadris. Seus dedos dos pés contorcem-se, ele está quase . Seus quadris ficam agressivos e agora, eu quem recebo violentamente seus baques. Seus gemidos intensificam-se. Com uma gravata, vendo seus olhos e dou leves tapas. Ele está prestes a gozar. Já com uma corda em minha mão, sinto-o explodir e seu pau latejar. Enrosco a corda envolta a seu pescoço. Ele luta, mas suas mãos presas na cabeceira impedem seus movimentos. As veias do pescoço saltam e sua boca abre pedindo oxigênio. Foram minutos que pareceram dias. Ele fica imóvel. Não há mais oxigênio, não há mais vida.

Tiro ele de dentro de mim. Pego em minha mochila uma seringa e vários vidros de remédios. Feitas as soluções, amarro seu antebraço direito e começo a injetar dois vidros de Rivotril. Terminados os vidros, vou para as soluções de Fluoxetina, Anfepramona e Amoxilina. Por último, a Heroina, a mais difícil de conseguir.

Sempre de luvas, prendo a corda no ventilador de teto da sala. Foram 85Kg difíceis de carregar. Coloco seus pescoço entre o "O" da corda e ele enforca-se mais uma vez. Sobre uma mesa, coloco o material das soluções, a seringa e outros vidros de remédios os quais não usei. Antes, obviamente, passei os materiais em suas mãos, para deixar as digitais. Uso o meu notebook rapidamente e mando um e-mail.

Já vestido, com luvas pretas e com a blusa estratégicamente de capuz. Dei uma última olhada no corpo. Mentalizei se não esqueci de nada. Não. Chamei o elevador, escolhi o "G2" e coloquei a senha. Dirigi-me ao portão e apertei o controle remoto. Lembrei que há uma semana atrás, li um comunicado em cima da mesma dele. "Para melhor serví-los, no dia 26/02/2010, as câmeras das garagens estarão em manutenção no período das 6h às 8h da manhã. Agradecemos a compreensão. PS: Para sua segurança, este comunicado é intransferível.". Uma ótima oportunidade.

Dois quarteirões depois, troco de roupa em uma rua sem movimento. Já com calor, tiro a blusa, a calça e o tênis e troco por outras roupas. Enfio tudo em um saco de lixo. Visualizo o caminhão de lixo e penso "7h, que pontuais!". De longe, vejo-o levar minhas roupas.

***
O desespero toma conta do meu corpo e a dificuldade de respirar coloca um filme de minha vida em meus olhos. Ele, que achei estar morto, apertava meu pescoço violentamente. Já não conseguia enxergar mais nada. Meus pulmões explodiam, gritando por ar. Um barulho me acordou.

Levanto da cama ainda zonzo do pesadelo e vou em direção ao telefone.
- Alô! - Respondo com voz rouca.
- Delegacia de Polícia de São Paulo, Por gentileza, Cláudio DeLarge Junior? - o meu coração para por segundos que pareceram uma eternidade. Minha respiração vacila e doem em meus pulmões. Minhas têmporas latejaram.
- Recebemos uma acusação em seu nome... - Estava prestes a desmaiar. A campainha tocou.
- Um momento, por favor - Minha voz estava seca. Aproveitaria a campainha para recobrar a calma. E se as cameras já estivesse funcionando? Este era o único modo de descobrirem. Qualquer coisa, eu diria que ele suicidou-se enquanto eu dormia e, por medo de ser acusado, sai pela garagem. Tenho 20 anos, não amadureci. É 'perdoável visto minha maturidade frente a idade. Fosse um sexo casual? Não era um sexo casual, era muito mais para mim. Mas, para safar-me, passaria por cima de meus sentimentos. De qualquer forma, não tinha 'batido o ponto' em minha empresa. Era como se eu estivesse 'trabalhando'. Depois do crime, mandei um e-mail a minha chefe: "Fiz Hora extra até as 23h30. Considere como." Era um comprovante o qual eu tinha ficado lá até mais tarde. Naquela hora, tinha ligado para o meu amigo Fê dizendo que tinha acabado de sair do trabalho, se ele não podia ir me buscar. Obviamente não podia, então disse que pegaria um taxi. Tinha dois álibis.

Ao abrir a porta, era a mãe dele que encontrava-se a minha frente. Em um súbito, abraçou-me e desatou a chorar.
- Meu filho suicidou-se. A polícia desconfiou de homicídio, mas não acharam provas. Foi um suicídio. Por que? Por que? Sempre o aceitei, sempre o amei. - Abracei-a forte tentando entender o que acontecia. Desvencilhei-me e pedi um momento.
Voltei ao telefone.
- Desculpe, a campainha tocou. Em que posso ajudar? - Já não tinha controle sobre minha voz.
- O B.O. que você fez na segunda-feira o qual duas motos te roubaram? Então, achamos os responsáveis e sua mochila com pertences e documentos encontram-se aqui. Você tem 7 dias úteis para vir buscá-la. - Uma onda de alívio percorreu-me.
- Wow, sério? Que sorte a minha. Só isso?
- Sim-Sim. A justiça foi feita!
- Sim, a justiça foi feita. Muito obrigado e bom trabalho! - Desliguei e fui concentrar-me na mãe Dele.

Estava leve, calmo e tranquilo. Tive que segurar o sorriso enquanto a mãe debulhava-se em lágrimas. Mesmo assim, os pesadelos continuariam...

[CONTINUA...]

Por Cláudio_DeLarge

2 comentários:

Natália disse...

NOSSA! Quero mais.

Anônimo disse...

Que texto forte!