terça-feira, 21 de julho de 2009

O Segredo de Beethoven

"O amor ensina música." (Erasmo de Rotterdam)

Considerado um dos pilares da música ocidental e um dos compositores mais influentes do mundo musical, Ludwig Van Beethoven nasceu em 16 de Dezembro de 1770 e faleceu em 26 de março de 1827. Compositor erudito alemão, passou pela transição do Classicismo* para o Romantismo**. Alemão, seu sobrenome vem do flamenco horta de beterrabas. Seu avô era maestro da capela de Antuérpia e seu pai era tenor e também lecionava. Desde os cinco anos estudou piano por todos os dias e por horas.
Confiado a Christian Gottlob Neefe, foi descrito como o menino que, com dez anos, dominava todo o repertório de Johann Sebastian Bach, e que o apresentava como um segundo Mozart. Logo depois, a tendência foi só ao crescimento.
Foi em Viena, com cerca de 26 anos, Beethoven recebeu o diagnostico de congestão nos centros auditivos internos, o que lhe resultaria em uma surdez progressiva. Consultou-se com inúmeros médicos e, sem sucesso, cogitou o suicídio. Até quem aos 46 anos, ensurdeceu completamente.

"Devo viver como um exilado. Se me acerco de um grupo, sinto-me preso de uma pungente angústia, pelo receio que descubram meu triste estado. E assim vivi este meio ano em que passei no campo. Mas que humilhação quando ao meu lado alguém percebia o som longínquo de uma flauta e eu nada ouvia! Ou escutava o canto de um pastor e eu nada escutava! Esses incidentes levaram-me quase ao desespero e pouco faltou para que, por minhas próprias mãos, eu pusesse fim à minha existência. Só a arte me amparou!" - Beethoven

A surdez progressiva não o impediu de ser um dos maiores gênios da história. Foi com a Sinfonia nº3 em Mi bemol Maior, intitulada de Eróica, que se iniciou o Período Romântico da Música Erudita (Curiosidade: Sinfonia Dedicada a Napoleão Bonaparte). Porém foi com a Sinfonia nº 9 em Ré Menor, Op.125, para muitos a sua maior obra-prima, que ficou conhecido mundialmente. O texto é uma adaptação do poema de Friedrich Schiller, "Ode à Alegria", feita pelo próprio Ludwig van Beethoven. Foi o primeiro exemplo de um compositor importante que tenha se utilizado da voz humana com o mesmo destaque que os instrumentos numa sinfonia e seus manuscritos foram vendidos a 3,3 milhões e é considerado "um dos maiores feitos do homem, ao lado do Hamlet e do Rei Lear, de Shakespeare".

Outra Obra Conhecida - Für Elisa (Para Elisa) : Há indícios que tenha sido dedicada em honra de uma senhora a quem propôs casamento, chamada Therese Malfatti. Atualmente é o Jingle do 'caminhão de gás'.


* Classicismo: Refere-se à valorização do período histórico da Antiguidade Clássica, com características ao universalismo, racionalismo, paganismo e antropocentrismo.

** Romantismo: Surgindo no final do século XVIII, foi um movimento artístico, político e filosófico que pregava o escapismo (fuga da realidade) com uma visão de mundo contrária ao racionalismo. O indivíduo voltou-se para si mesmo, retratando amores trágicos e utopias passionais, além do subjetivismo, idealização, sentimentalismo exacerbado, egocentrismo e a visão do belo e do feio.
O início deu-se por Beethoven e suas obras profundamente pessoais e interiorizadas, precedido por Chopin, Tchaikovsky, Felix Mendelssohn, Liszt, Grieg e Brahms. Seguido pelo Impressionismo, com um representante de peso, Claude Debussy

Sonata ao Luar (First Movement, Opus 27 Nr. 2)
Minha música preferida de Beethoven foi a trilha sonora de minha adolescência. Já a adorava, mas não a conhecia por volta de 2001, até que no filme "Elefante", de Gus van Sant, o protagonista a toca. Estudiosos afirmam que sua criação foi devido a Beethoven ter ouvido de uma vizinha cega que ela "Daria tudo para enxergar uma Noite de Luar” e, suas primeiras notas que se repetem constantemente durante a música são as três letras da palavra "Why". Obviamente, ou não, não deve ter sido a intenção do compositor, mas há o que se pensar. Também há a concepção do crítico Rellstab, que comparou a música a um "Luar no lago Lucerna"...

Independente, "Sonata ao Luar" é uma música melancólica a qual eu ouviria por horas, aceitando a melancolia e uma certa tristeza, ou não, já que quem conheceu a felicidade, não aceita ou dissimula a tristeza. Covarde não é quem chora por amor, mas eu, que não amo por medo de chorar. Sofrer é necessário, pois nos mostra que estamos vivos. O medo de sofrer me mata e me fará morrer duas vezes. Morrendo em vida, até morrer em morte.



Por Cláudio_DeLarge

4 comentários:

Felipe disse...

Case comigo e eu não lhe deixarei sofrer. E tenho dito. =*

Nath disse...

" Covarde não é quem chora por amor, mas eu, que não amo por medo de chorar. Sofrer é necessário, pois nos mostra que estamos vivos. O medo de sofrer me mata e me fará morrer duas vezes. Morrendo em vida, até morrer em morte."

Pois é meu amigo, penso exatamente da MESMA forma. Mas iremos aprender, sei disso.

Vítor Duarte disse...

Magistral qualquer peça de Wagner! É um equilíbrio perfeito entre delicadeza, tensão e triunfo! Mas se você se interessa realmente por música clássica, não deve perder de vista esse site http://cotonete.clix.pt/ que tem tudo quanto há para ouvir (barroca, medieval, contemporânea, romântica, etc.) Eu fiquei completamente rendido à diversidade da oferta do site, estou viciado! Essa foi uma sugestão de um amigo e não páro de divulgar. É realmente bom!

C. Junior disse...

Vitor,
Muito obrigado pelo comentário e já estou viajando no site em que voCê indicou e estou adorando. Conheço-lhe pessoalmente?
:)