sábado, 16 de maio de 2009

"Mistérios da Carne" - Comunidade LGBT, o Pink Money e os Direitos Civis

"A quantidade de preconceito que cada um de nós tem é inversamente proporcional a de inteligência." - Jefferson Luiz Malleki


Estamos em um período de lutas mundiais pelos direitos dos homossexuais. Muita coisa mudou, exceto a visão de determinados grupos - essencialmente religiosos, obviamente - sobre os nossos direitos civis. Mais do que nunca, estou com um espirito ativista sobre os meus futuros direitos. Provavelmente eu nasci gay, não sei, mas identifiquei-me como um depois de perceber que eu não fazia nada de errado. Nem aos meus olhos, aos olhos de meus familiares, ou aos olhos de Deus.
Desde 1973 que a homossexualidade deixou de ser classificada como doença pela Associação Americana de Psiquiatria e, na mesma época, foi retirada do Código Internacional de Doenças (sigla CID).
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"Pink Money"
A Parada do orgulho LGBT de São Paulo acontece desde 1996 na Avenida Paulista, na cidade de São Paulo. Entrou para história em 2004, pois, segundo a organização do evento, passou a ser a maior marcha deste tipo no mundo. Durante o evento, é movimentado mais de 189 milhões de reais só no estado de São Paulo, perdendo apenas para o Carnaval Nacional, que movimenta cerca de 500 milhões de reais.
Com dez anos de existência, a Parada tornou-se o principal evento da cidade, deixando para trás até o milionário circo da Fórmula 1, segundo a São Paulo Turismo (SPTuris). As Primeiras Empresas a apostar no “Pink Money”: Apple, Álibi Turismo, IBM, TECNISA, of America, MasterCard, Pepsi, Delta Airlines.
No ano de 1997, em São Paulo, foi realizada uma pequena pesquisa de campo e detectou-se que o mercado LGBT brasileiro é parecido com o dos americanos, e que independentemente da classe social, os gays dariam muito valor à imagem, aparência e moda. A maioria dos produtos são sempre voltados para a estética e beleza. Roupas, acessórios, cosméticos, academias e baladas.

Os HOMOSSEXUAIS EM NÚMERO...
•Cerca 18 milhões de brasileiros são gays (assumidos), 10% da população;
• 30% é o que eles gastam a mais do que os héteros;
40% estão em SP, 14% no RJ, 8% em MG e 8% no RS;
• 36% são da classe A, 47% são da B e 16%, da C
• 57% têm nível superior, 40% médio e 3% ensino fundamental/
63% da população com desejos homo / bissexuais não são assumidos;
• O segmento GLBT é responsável por movimentar, no país, cerca de R$ 150 milhões.
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Adoção e Direitos Civis para Homossexuais
Na ultima quinta-feira, dia 14 de maio, em Brasília, foi lançado o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais )que é composto por 51 diretrizes, que serão transformadas em políticas de Estado. Entre elas estão a legalização do direito de adoção dos casais que vivem em parceria homoafetiva e o reconhecimento dos direitos civis de casais homossexuais.
Infelizmente, no mundo ainda há 80 países que criminalizam os atos homossexuais, podendo ser punidas com a morte. É um absurdo, provavelmente haverá alguns indivíduos infectados com o vírus do ódio homofóbico, como haverá sempre estupradores, torturadores e assassino.
O Brasil ainda aparece com uma imagem razoavelmente boa. É o país onde a homossexualidade é legal desde 1831, o que faz dele o primeiro na América do Sul a não condenar legalmente atos homossexuais, seguido por Paraguai (1880) e Argentina (1887). No Rio Grande do Sul os casais do mesmo sexo têm parte dos direitos decorrentes do casamento e São Paulo é a única da América do Sul a legalizar a adoção conjunta por casais homossexuais.
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Seminário da Faculdade (15/04/09) - Tribos Urbanas (Comunidade LGBT)
Depois de muito brigar com meus colegas de grupo, consegui convencê-los a fazermos um trabalho sobre a comunidade LGBT, e não sobre Cosplays (!?) como eles queriam (Três à favor do Cosplay, duas neutras e eu o 'contra', como sempre) na matéria Teoria da Comunicação. O objetivo do trabalho era mostrarmos a importância de determinada tribo urbana no mercado midiático e de consumo (Outros grupos Skatistas, Hippies, Emos, roqueiros, etc).
A abertura do trabalho foi a musica "Dancin' Queen" do grupo ABBA. Cada integrante do grupo vestia uma cor da bandeira do arco-iris e foi colocado uma pequena pluma na professora. Obviamente havia algumas piadinhas no decorrer do trabalho, o que me deixou meio irritado, mas o que me fez ficar extremamente indignado foi a aceitação da classe quanto a adoção e união estável por homossexuais. Cerca de 50% eram contra as duas questões. Fiquei com uma incrivel sensação de desconforto em uma sala cheia de egoistas e limitados - para não dizer BURROS.
Como mães de familias e meninas jovens como aquelas poderiam negar uma pessoa a sentir o prazer da maternidade/paternidade? Atualmente o Brasil possui cerca de 2 milhões de moradores de rua e cerca de 25 mil crianças em orfanatos só em São Paulo. Eu tenho certeza que nenhuma daquelas pessoas, se quer, visita um orfanato para dar carinho à uma criança. Quantas pessoas morreram no decorrer da revolução sexual das décadas de 70 e 80 para que estes individuos universi-otários da sala 813 pudessem usar calça jeans agarrada, ter o divorcio, direito ao trabalho, etc? E quanto a união estável? Por que negar aos homossexuais este DIREITO? O que as faz superiores dando-lhes o direito à unir-se com a pessoa amada e os homossexuais não? Eu posso garantir que caráter não é, pois à partir do momento que a orientação sexual for mais importante que o brilho dos olhos, sempre haverá discriminação, guerras e BURRICE.
E O AMOR NÃO DEVERIA INCOMODAR!


PLC 122/2006: http://plc122.blogspot.com/
Não à Homofobia: http://naohomofobia.com.br/

Cláudio_DeLarge

4 comentários:

Felipe disse...

É O QUE UE DIGO.

Felipe disse...

OU EU. . .rs.
Praabéns pelo textooo.

Rodolfo (Rudinho) disse...

ta q escreve bem hein????

Anônimo disse...

A Parada Gay deixou de ser somente um momento de protesto, virou também uma pista de dança.
Mas todos os movimentos, até atingirem seus objetivos, são excessivos, ultrapassam os limites.
Fora ter virado também uma forma de atrair turismo para a cidade, ainda acredito ser um momento de protestarmos contra o preconceito. E, principalmente, ter um dia que podemos andar nas ruas da Parada sem sermos agredidos, com segurança, porque naquele instante, apesar de serem poucas horas por ano, temos um momento de liberdade.
Que podemos ser o que somos.
Me parece que a luta contra o preconceito tem deixado de ser algo tão importe... Às vezes penso que as pessoas acreditam que sofremos pouco preconceito.
Até eu, você, que somos ditos "assumidos", sofremos um imenso preconceito, ou melhor, tensão, por não podermos agir e ser como realmente somos.
Um dia uma pessoa me disse isto: "Todo gay vive por trás de um segredo". Eu pensei que ela estava errada, mas não, apesar de ser assumido, de todos saberem de mim, ainda me sinto vivendo por trás de um segredo.
Porque somos vistos como diferentes, não comuns.
Negros e homossexuais, o mundo deveria pensar de verdade sobre o que pensa dos negros e homossexuais.
Nós ainda não somos totalmente livres e estamos longe disso.
E a sociedade está longe de pagar tudo que fez contra os negros, eles continuam sendo discriminados de uma forma nojenta e repugnante.

Beijos,

Rafa.