quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Seje Menas Gramática!

"Minha Pátria é a Língua Portuguesa" - Fernando Pessoa

Admito, que estou receoso de escrever esse post e aparecer um erro gramatical contraditório e teimoso aqui. Ah, e aviso-lhes de antemão que posso ser interpretado como chato ou metidinho, mas firmo minha opinião: Os favoráveis à questão do "Preconceito Lingüístico" que me desculpem, mas a gramática é fundamental.

Sou liberal em inúmeras questões polêmicas: Descriminalização do Aborto, Legalização da Maconha, Adoção/Casamento Homossexual, Prostituição, Diminuição da Maioridade Penal e entre outras várias querelas da Sociedade. Porém, há uma "liberalidade" que considero quase um absurdo: Escrever/falar errado. Isto é INADMISSÍVEL, sério!

A Língua Portuguesa possui mais de 240 milhões de falantes, sendo a quinta língua mais falada do mundo, a primeira no Hemisfério Sul e a terceira no ocidente. Ela é a TERCEIRA do Ocidente, leram direito!? O "problema" é que ela é falada nos países emergentes/subdesenvolvidos, como Angola, cabo Verde, Guine-Bissau, Moçambique e, é claro, Brasil. Logo, ela não ganha a visibilidade merecida, até por que nem mesmo os falantes a utilizam corretamente, por que os estrangeiros a utilizariam?

O Dicionário Houaiss da Lingua Portuguesa, um dos mais completos, possui cerca de 228.500 verbetes. Porém, a USP fez uma pesquisa no ano de 2008, dizendo-nos que a média do vocabulário do brasileiro é de 7.000 verbetes por dia. Levando em consideração a repetição e a falta de interesse na absorção de um maior vocabulário, dos 228.500 verbetes da Língua Portuguesa, apenas 67.000 serão utilizados no decorrer de sua vida. Ou seja, utilizamos apenas 29% de toda riqueza que nossa língua possui. E leve em consideração que não foram contabilizadas conjugações verbais. Leve ainda mais em consideração que muitos não usam, ou se quer sabem o significado da MESÓCLISE. A Língua Portuguesa é o único idioma românico que existe a mesóclise e muitos não utilizam. Poética, Suave, Portentosa, sexy... Um desperdício!

Para justificar a ignorância os erros gramáticais da população, Marcos Bagno popularizou a idéia do "Preconceito Linguístico" aqui no Brasil. Para Bagno o "preconceito linguístico é a atitude que consiste em discriminar uma pessoa devido ao seu modo de falar" (BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico. São Paulo: Edições Loyola, 2001), onde é exercido por aqueles que tiveram acesso à educação de qualidade, à “norma padrão de prestígio”. Resumida e grosseiramente falando, o sociólogo defende uma maior complacência frente às variantes lingüísticas e uma maior abertura e conscientização destas. Ou seja, já que tá difícil fazer os ignorantes falarem corretamente, vamos enburrecer a gramática, há! Para piorar, sabe como eu tive conhecimento deste livro? Na minha Universidade!!! Isso HU-NI-VER-ÇI-DA-DE!

Vou exemplificar: Que eu até seje chato e uma pessoa meia arrogante, mas se menas pessoas falam certo, vamudá!

O Sociólogo parte da premissa de não falarmos conforme a linguagem escrita, portanto devemos adequá-la a linguagem falada. Daí, nasce os internetês e derivados. Muitos já conhecem o exemplo do "Você": De "Vossa Mercê", passou a ser "Vósmissê", "Você", "Vc" e "C". Onde vamos parar? Daqui a pouco vamos grunhir para "economizarmos" palavras. O grande problema dessa economia temporal é a interpretação. Veja alguns exemplos:

Batatinha Quando nasce, esparrama pelo chão.
Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão.

Quem tem boca vai à Roma.
Quem tem boca, vaia Roma. (Verbo vaiar)

Cúspido e Escarrado.
Esculpido e Carrara.

O que eu quis dizer com tudo isso? A Anarquia, em qualquer âmbito, é utópica. A unificação e valorização da gramática é de intencionalidade diferencial e de questão cíclica. Ou seja, se eu escrevo/falo de acordo com uma norma padrão culta é por que estudei, li e me informei. Adquiri conhecimento, poder de interpretação e senso crítico. Obviamente, isso não mede caráter, até por que todos temos nossas idiossincrasias. Não mede caráter, concordo, mas mede respeito profissional, nota escolar, conhecimento e, principalmente, meu interesse amoroso em alguém. :D

Ahh, desculpem, sou super bonzinho, mas coloco-me no direito de colocar uma exigência em meus casos amorosos (Além de cabelos enroladinhos, claro.)

Cláudio_DeLarge

10 comentários:

Marcos Freitas disse...

Situação polemica. A língua é um fator de dominação e acredito que a ideia do sociólogo vem com o intuito de incluir os milhares de excluídos socialmente por não dominar a língua mãe. Concordo contigo, temos que ler, estudar e aprender, mas se tratando do português, será sempre assim, nosso idioma é uma dos mais ricos do Mundo e ele sempre será um fator de divisão social.

J. Valentin disse...

ééé, se tem uma coisa complicada são esses erros grotescos de ortografia. As pessoas não estão acostumadas a falar/escrever corretamente, e vão dando o 'jeitinho' brasileiro em tudo, até mesmo em sua língua.
Ótimo e divertido post! (:

Clara disse...

Que chatinho. Aposto que vc eh do tipo que ainda usara o trema em 2011, rsrsrs

Unknown disse...

Apoio a causa. Odeio os sejes, menas, agente, e variações de erros grotescos que as pessoas disparam por aí todos os dias.
Falar e escrever direito é a melhor qualidade de alguém, ao menos pra mim. haha

Ps.: Na verdade, é "Esculpido em carrara", que é um tipo de mármore que eles utilizavam para esculpir aqueles bustos de homens importantes. ;p

eucaio disse...

'a USP fez uma pesquisa no ano de 2008, dizendo-nos que a média do vocabulário do brasileiro é de 7.000 verbetes por dia. Levando em consideração a repetição e a falta de interesse na absorção de um maior vocabulário, dos 228.500 verbetes da Língua Portuguesa, apenas 67.000 serão utilizados no decorrer de sua vida. Ou seja, utilizamos apenas 29% de toda riqueza que nossa língua possui'. Cara, vc fez um alarde com isso. nenhum ser humano é capaz de utlizar sua língua por completo, ou seja, usufruir do q a sua língua lhe oferece, pois as línguas são constituídas de vários campos semânticos (por exemplos: o da medicina, da mecânica. Quando alguém fala "erradamente", isso é muito mais "certo", pois aqui há espontaneidade, há a fala direta, sem redudâncias. Apoio sim as pessoas falarem como quiserem; salvo, claro, em determindas situações. E não o "internetês". Não exixte essa língua; pois cada língua tem sua própria maneira de se falar pela internet.

Natália disse...

Você fala/escreve certo? Ótimo, você é inteligente. Você fala/escreve errado? Você é burro. Esse tipo de afirmação é completamente rasa. Por que? Há uma série de regras sociais, a gramatical é uma delas. É, na verdade, um padrão, um sistema que norteia a comunicação. Por isso que falar "errado" é um assunto controverso. Se o objetivo da linguagem é passar uma determinada mensagem e o destinatário compreende, mesmo que esteja repleto de erros, como definir se está certo ou não? Convencionou-se então classificar a linguagem em coloquial(falada) e culta(escrita). A língua é mutável, cheia de ditados populares, de gírias, de sotaques. Há um padrão e as variantes que ora enriquecem, ora reduzem a mensagem tornando-a um simples elemento de comunicação pragmático. Não é possível generalizar, a linguagem está tão repleta de possibilidades quanto de verbetes. Se tem aí inúmeras formas de falar,escrever pra determinadas ocasiões. Dependendo claro do que se quer dizer. Resumindo,não vejo problema com a linguagem coloquial, com algumas deslizadas ortográficas, afinal, não somos cultos o tempo inteiro, e seria chatíssimo se fossemos. O problema está quando o indivíduo não é capaz de discernir entre os dois modos de comunicação, de não ser capaz de se ajustar, de não possuir ferramentas que o possibite teclar no msn, fazer um trabalho da faculdade, um relatório no serviço e conversar com os amigos se adequando a cada situação.

Natália disse...

comunicação pragmático. Não é possível generalizar, a linguagem está tão repleta de possibilidades quanto de verbetes. Se tem aí inúmeras formas de falar,escrever pra determinadas ocasiões. Dependendo claro do que se quer dizer. Resumindo,não vejo problema com a linguagem coloquial, com algumas deslizadas ortográficas, afinal, não somos cultos o tempo inteiro, e seria chatíssimo se fossemos. O problema está quando o indivíduo não é capaz de discernir entre os dois modos de comunicação, de não ser capaz de se ajustar, de não possuir ferramentas que o possibite teclar no msn, fazer um trabalho da faculdade, um relatório no serviço e conversar com os amigos se adequando a cada situação.

PS: Tá desconexo, eu sei. Mas o lisador me impede de reler o texto.

Natália disse...

Você fala/escreve certo? Ótimo, você é inteligente. Você fala/escreve errado? Você é burro. Esse tipo de afirmação é completamente rasa. Por que? Há uma série de regras sociais, a gramatical é uma delas. É, na verdade, um padrão, um sistema que norteia a comunicação. Por isso que falar "errado" é um assunto controverso. Se o objetivo da linguagem é passar uma determinada mensagem e o destinatário compreende, mesmo que esteja repleto de erros, como definir se está certo ou não? Convencionou-se então classificar a linguagem em coloquial(falada) e culta(escrita). A língua é mutável, cheia de ditados populares, de gírias, de sotaques. Há um padrão e as variantes que ora enriquecem, ora reduzem a mensagem tornando-a um simples elemento de comunicação pragmático. Não é possível generalizar, a linguagem está tão repleta de possibilidades quanto de verbetes. Se tem aí inúmeras formas de falar,escrever pra determinadas ocasiões. Dependendo claro do que se quer dizer. Resumindo,não vejo problema com a linguagem coloquial, com algumas deslizadas ortográficas, afinal, não somos cultos o tempo inteiro, e seria chatíssimo se fossemos. O problema está quando o indivíduo não é capaz de discernir entre os dois modos de comunicação, de não ser capaz de se ajustar, de não possuir ferramentas que o possibite teclar no msn, fazer um trabalho da faculdade, um relatório no serviço e conversar com os amigos se adequando a cada situação.

PS: Tá desconexo, eu sei. Mas o lisador me impede de reler o texto.

Anônimo disse...

Tendo dito tudo isso, você sabe que o "a" no título do seu blog não leva acento grave, né?

Cláudio disse...

Sim, Senhor anônimo!
Tanto é que o "pecado" ocorre levando em consideração a regra mais óbvia da crase: Não utilizar antes de verbos. Mas sua utilização tem um sentido especificamente. Uma espécie de 'sacada' entre alguns amigos meus. O "Molhar" refere-se as lágrimas, com conotação de chorar de alegria e chorar de tristeza. Visto que o BLOG é um misto dos dois a intenção foi transformá-la na locução "às vezes", já que o autor deste é tão confuso e variável quanto. E, como eu choro por qualquer coisa, principalmente e, que eu me lembre, unicamente por felicidade, meu "Sal" nasce à medida que sorrio...
Tendeu!?
:D