domingo, 12 de julho de 2009

Nouvelle Vague

"Quando se faz cinema, vendem-se sonhos. Por isso é preciso permanecer misteriosa: no meu caso, ser uma mulher-criança, como foi Brigitte Bardot." - (Agathe de La Fountaine)

Feriado prolongado dedicado a algumas baladas e noites agitadas, equilibrei com uma sessão de filmes antigos. Entre eles, alguns de um movimento famoso denominado Nouvelle Vague. Mas afinal, o que é Nouvelle Vague?

Em 2009, a Nouvelle Vague completou 50 anos, mas ainda é um exemplo de modernidade, criatividade, impacto, renovação da linguagem cinematográfica e poesia, onde se transforma em objeto de comunicação para objeto de expressão. Na época onde o homem desaparece frente às marionetes e efeitos especiais, a Nouvelle Vague foi responsável pela introdução e divulgação de diretores que ainda são lembrados como criadores de obras-primas livres de artificialidades e inundadas a poesia.

Considerado um dos divisores de águas, este movimento não é o único. Como exemplos, temos o Expressionismo Alemão, o Realismo Britânico, a Introdução da profundidade de campo com Orson Welles, o neo-realismo italiano, etc. Formado principalmente por cineastas que são cinéfilos e críticos da revista Cahiers do Cinema, faz apologia ao homem contemporâneo, excluindo o herói clássico e dá lugar ao anti-herói junto com a ambigüidade do ser e a analise do momento, ou seja, os personagens são imprecisos emocionalmente, contraditórios e ambíguos. Não há um herói em oposição a um vilão, pois o 'bem' e o 'mal' são meramente entidades confortáveis. Aproximamo-nos de uma sensível realidade humana.

Propõem-se então um cinema de autor que critica as produções comerciais, realizando obras relativamente baratas e indo de encontro às regras narrativas. Jean Luc Godard formulou a "Política dos autores", onde o único considerado autor do filme é o diretor. Tinha como características o amoralismo, tabus da sociedade, a política de 'câmera em mãos', grandes takes, a desordem temporal e um erotismo sadio e libertário.
O filme de início é considerado o "Nas Garras do Vício", de Claude Chabrol. Seguido de clássicos como "O Acossado" e "Alphaville", de Jean-Luc Godard e "Os Incompreendidos" e "Jules et Jim" de François Truffaut. Se "Os Incompreendidos" deflagra a Nouvelle Vague ao ganhar o Palma de Ouro, é "O Acossado" o filme mais significativo e representante nos críticos rebeldes franceses.

Ainda desconhecidos, os filmes da Nouvelle Vague pecam (ou não) pelo cinema pretensioso e experimental de Godard, ou pelo classicismo de Truffaut. Porém, independente de preferências, são uma experiência cinematográfica indescritível.

5 Principais Filmes:
5 - O Pequeno soldado (Le petit soldat, 1960) de Jean-Luc Godard
4 - Hiroshima, mon amour (idem, 1959) de Alain Resnais
3 - Os Incompreendidos (Les quatre-cents coups, 58) de François Truffaut
2 - Nas garras do vício (Le beau Serge, 1959) de Claude Chabrol
1 - Acossado (A bout de soufle, 1959) de Jean-Luc Godard

Por Cláudio_DeLarge

2 comentários:

Felipe disse...

Um dia me convide para beber e, quem sabe, assistiremos um filme.

Nath disse...

Um dia me convide para beber e, quem sabe, assistiremos um filme. [2]