quinta-feira, 9 de julho de 2009

Entre Umas e Outras

"Eu bebo porque é sólido, se não eu come-lo-ia" - Jânio Quadros

A cada ano que passa o consumo de álcool aumenta na população brasileira e Mundial. Em estudo feito em uma universidade americana, o consumo é de aproximadamente 8 litros por pessoa em um ano. Pode parecer um consumo baixo, mas levando em consideração que 35% dos adultos americanos não consomem bebidas alcoólicas e não foram contados menores de 16 anos na pesquisa, que correspondem a 22% da população, o consumo por pessoa ativa, aumenta consideravelmente.

Após uma balada ontem, resolvi pesquisar sobre o porquê de determinados efeitos do álcool em meu corpo. Comecei pelo principal - O que é o Álcool em si?
O Álcool encontrado nas bebidas alcoólicas é o álcool etílico, mais conhecido como Etanol (H3C─CH2─OH). A concentração de álcool varia de acordo com a bebida e uma grande quantidade de álcool no sangue pode provocar a morte do indivíduo. Uma cerveja possui em média de 4 a 6 %, o vinho de 7 a 15%, O Champagne de o a 14% e as bebidas destiladas (Gim, Vodka e Whisky, por exemplo) variam entre 40 a 95% de álcool.

Após a ingestão, 1/4 do Álcool é absorvido pelo estômago, e os 3/4 restantes pelo intestino delgado. Entrando na corrente sanguínea, dissolve-se com a água de cada tecido do corpo e, em 20 minutos, demonstra seus efeitos. A ultrapassagem da concentração de álcool no sangue (CAS) não pode ser superior a 0,4%, pois pode causar a morte.

O álcool é um depressor que age primeiramente nas células nervosas do cérebro, interferindo na comunicação das células nervosas nas vias Inibidoras e vias excitantes. Em nosso cérebro possuímos um Neurotransmissor denominado GABA, com função inibidora, e a glutamina, com função excitativa. O álcool age diretamente nesses neurotransmissores intensificando a ação do GABA, levando ao relaxamento e a sedação. A Glutamina é um dos responsáveis pela memória e cognição, e seu funcionamento é inibido e reduzido pelo álcool, o que causa ainda mais lentidão. Além disso, o sistema límbido - responsável pelo controle das emoções - é afetado e a pessoa tende a exagerar nas emoções (raiva, tristeza, alegria e retraimento). Ficamos mais sociáveis e autoconfiantes porque o álcool influência na liberação dos principais neurotransmissores de 'emoções', como a serotonina, dopamina e noradrenalina.
Ficamos lentos, sem coordenação e tontos, devido ao álcool afetar o cerebelo, responsável pelos impulsos nervosos dos movimentos finos. Altera também o Córtex cerebral, cuja função é processar as informações dos sentidos, o 'pensamento' e controlar os músculos voluntários do corpo. Por isso tendemos a ficar lentos em relação aos sentidos - visão, tato, paladar, audição e olfato - e não pensamos claramente ou com bom-senso. Alterando o hipotálamo e a glândula pituitária, influencia também o comportamento sexual e o sistema urinário. Enfraquecendo o funcionamento do hipotálamo, o controle de desempenho e excitação sexual diminui. Ou seja, o comportamento sexual aumenta mas o desempenho diminui.

A dor de cabeça: Ainda no Hipotálamo/pituitária, o etanol inibe a liberação da secreção pituitária do hormônio antidiurético (HAD) que age nos rins a fim de reabsorver a água para o corpo. Reduzindo os níveis de HAD, os rins não reabsorvem muita água, produzindo mais urina (Por isso vamos tanto ao banheiro) e deixando os órgãos e músculos com 'sede' por terem perdido água, gerando dores musculares e dor de cabeça. A famosa ressaca.

Não sou de beber muito, já que acho o gosto de qualquer bebida alcoólica ruim. Porém, tanto para desinibir como para esquecer alguém, já o foi utilizado. Minha caipirinha de maracujá é merecida tanto quando venço, como necessária, muitas vezes, quando perco.

Ao Rô, que me "ensinou e ensina" e beber, ao Fê que me protege, e ao Lex, que dança comigo, me abraça e tolera meus risos contínuos.

Por Cláudio_DeLarge

3 comentários:

Marcos Freitas disse...

Otima abordagem numa questão que estão tão intrinseca na sociedade. Gostaria de ler uma abordagem dessa na questão das drogas, que também está tão presente na noite paulistana.

Anônimo disse...

Eitaaaaaaa e eu achava que era soh engolir e pronto.

Nath disse...

Ooooopa depois desse post sei todo o caminho percorrido pelo etanol e os nomes científicos pras minhas bobagens! E ae? Vai uma jurupinga pra comemorar?

PS: Pq beber com o Cláudio é uma experiência recomendadíssima.