segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

_o cinema sou eu, disse o cinéfilo Luiz XIV


"O cinema é o modo mais direto de entrar em competição com Deus. O cinema é um modo divino de contar a vida"
- Federico Fellini


O meu programa preferido sempre foi assistir filmes. Preferencialmente sozinho. Sozinho, por que minha relação com o cinema é diferente. Cinema forma minha personalidade. Eu sou o drama de Almodóvar, o sexo de Godard, as dúvidas de Bergman e o ego de Woody Allen. Naquela sala de cinema, há mais que a exibição de um filme, há um menino absorvendo toda aquela história, todo aquele drama, aquele amor e aquela comédia. Portanto, abaixo segue os MELHORES FILMES DE 2011. Aqueles que absorvi de uma forma ou outra e que, agora são EU.

6° Lugar: Drama (Drama, Chile, Dir. Matias Lira)
Por quê?
VISCERAL
Por que três estudantes de teatro mergulham na teórica "O Teatro da Crueldade" do dramaturgo francês Antonin Artaud. Combatendo seus medos, buscando encontrar os personagens de suas próprias existências, o trio de protagonistas transforma suas vidas num verdadeiro laboratório para eles, onde a intenção principal é buscar a PERFEIÇÃO.


5° Lugar: Para Poucos (Happy Few, 2011, Dir. Antony Cordier)
Por quê?
QUEBRA DE PARADIGMAS
Ah, o Poliamor. O pacto amoroso e erótico desprovido de culpa de dois casais. O filme faz com que nossos conceitos sobre relacionamento, embasados em uma idiotia maniqueista pré-concebida, virem uma espécie de fardo amarrado às nossas costas. Vamos, juntos com estes protagonistas, promover e conhecer os limites da nossa própria liberdade?


 Lugar: Meia Noite Em Paris (Midnight in Paris, EUA/Espanha, Dir. Woody Allen)
Por quê?
A FASCINANTE PARIS
Vivenciar Paris nos anos 20 e, não obstante, papear com os escritores F. Scott Fitzgerald e Ernest Hemingway, o músico Cole Porter, o pintor Pablo Picasso e o cineasta Luis Buñuel, dentre outros e ainda apaixonar-se, fazendo parte de toda essa história? A pelicula nada mais é que a "personificação" de um sonho. Cinema é isso!


3° Lugar: Os Nomes do Amor (Les Noms des Gens, França, Dir. Michel Leclerc)
Por quê?
VAMOS FAZER AMOR, NÃO GUERRA
Utilizando de um sarcasmo delicioso, Os Nomes do Amor desconstrói tabus culturais intolerantes e falsos rótulos. A Protagonista convence os "fascistas" transando com eles. Um estudo sobre o contexto político e social francês (e até Europeu). Mesmo nessa nevralgica, o filme não perde a leveza e a ironia, jamais.


 Lugar: A Pele que Habito (La Piel que Habito, Espanha, Dir. Pedro Almodóvar)
Por quê?
RÉQUIEM AO MANIQUEÍSMO
Almodóvar, por si só, já é um incontestável motivo para assistir um filme. Neste, ele mata o maniqueísmo e exauri qualquer resquício de dualidade que pudéssemos acreditar que ainda existisse. Agressivamente sensível, faz-se a pergunta: Nosso corpo é reflexo do que somos "por dentro"? A generificação sexual existe, ou serve para nortear nosso comportamento? Somos muito mais complexos que isto!


 Lugar: Amores Imaginários (Les Amours Imaginairies, Canadá, Dir. Xavier Dolan)
Por quê?
VISUALMENTE DESLUMBRANTE
É fato que muitos críticos acusaram Xavier Dolan, 21 anos, de preocupar-se mais com a estética ególatra do filme do que, necessariamente, com seu roteiro e aprofundamento psicológico dos personagens. "Já vi isso antes", pensa o espectador. Câmeras lentas à la Wong Kar-Wai, triangulos de Bertolucci, referências cinematográficas à James Dean e Audrey Hepburn. O filme, de fato, é de um jovem cinéfilo de 22 anos. E Por isso ele é o TOP1, é identificação à um cinéfilo de 22 anos frente a um filme moderno e saudosista, ao mesmo tempo. Uma trilha sonora para se ter sempre no celular. É um filme que você assistiria de novo, e de novo e ainda deliciando-se visualmente com jogo de imagens e som. É muito amor!



"Gosto de cinema porque cada dia é diferente do outro. Sou muito irrequieta." 
- Maria Grazia Cucinotta

3 comentários:

Paul disse...

Da lista mesmo só assisti ao Drama. A temática do filme é boa, mas acho que o seu desenvolvimento ficou incompleto. Adorei a maneira que os personagens foram instigados a crescer artisticamente buscando, no descobrimento de si, tal efeito. E a falta está justamente ai, pois não há um maior detalhamento do psicológico dos personagens. Ou talvez eu não tenha percebido tais nuances ao assistir a obra. rsrs
Mas uma coisa é certa: encontrar seus medos e enfrentá-los é muito conflituoso.

Quanto a Les Amours Imaginairies, tô super afim de assistir. Emprestei a uma amiga antes de assistí-lo e ela ainda não me devolveu. Só me fez o favor de dizer que adorou o filme, além de me falar das referências à Audrey Hepburn (que ela sabe que eu adoro).

Ah, vou procurar e assistir os outros ;D

C. Junior disse...

Assista TODOS, Paul. São todos indispensáveis tanto na vida de um cinéfilo, como na vida de uma pessoa de bem. :D

C.D. disse...

Amores Imaginários tem um figurino e imagens lindas, além de ser dirigido por Dolan que é incrível