quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

_apaixonem-se, isso é uma ordem!

“Não há nada melhor para uma alma do que tornar menos triste outra alma.”
- Paul Verlaine

Os baques dos nossos corpos ecoavam fortes e ritmados. Suas mãos estavam controlando minha cintura de uma maneira que o prazer fosse o máximo para ambos. Meus gemidos sonorizavam todo o tesão que se  expandia pelo meu corpo nu em contato com este outro, ora agressivo e sedento, ora amorosamente lascivo. Enquanto me mergulhava em um prazer de sentidos, ele ainda estimulava todo o meu corpo. Puxões de cabelo, mordidas na orelha, mamilos, pau e pés. Ele sabia exatamente os pontos. "Vou Gozar!", eu disse. "Eu também!", respondeu ofegante. Em uma sincronia perfeita, gozamos . Sempre gozávamos ao mesmo tempo. Ao gozar, ele era discreto, com os braços tensos e os dedos entreabertos, semi-abria a boca e enrugava as sobrancelhas, apertando os olhos por alguns minutos e em silêncio, a fim de curtir o orgasmo. Depois, mostrava-se ofegante. Eu, gemia alto não suportando o tesão, quase performático, e desabava em cima dele. E eu começava a rir. Rir por que o sexo foi divino e feito com maestria. Rir por que meu corpo mandava espasmos de felicidade e satisfação. Rir por que eu estava transbordando. Eu estava transbordando. Eu estava extremado. 

Deitado ao lado dele, meu corpo ainda teimava em mandar eletricidades de paixão, tão eufórico que meu racional não entendia. Em minha boca eu ainda sentia o gosto dele, dos seus pés, virilhas, axilas e lóbulos, e era um gosto delicioso. Ao abrir os olhos, fitei-o por alguns instantes e percebi que eu o amava. Pela primeira vez, eu amava. 
E eu sabia que o amava pois queria protegê-lo da melancolia e tristeza que ele teimava em curtir, queria transformá-lo apenas em sorrisos. Preocupava-me que ele estivesse alimentado, saudável e quentinho.
E eu sabia que o amava, pois ele era minha montanha russa. O único o qual eu não tinha controle total. Ele não fazia o que eu mandava e era uma incógnita bipolar. Ah, como eu amo incertezas.
Ali, eu sabia que o amava, por que o sexo foi satânico e meu demônio estava completamente nu.
Eu sabia, ah eu sabia, por que eu via claramente as suas falhas e adorava-as por que o humanizavam desenvergonhadamente. Falhas que me entristeceram por diversas vezes, mas as absorvia de uma maneira visceral.

Com ele, excursionei pelo meu interior, descobrindo lugares desabitados, os quais eu nunca coloquei meus pés e nem minha imaginação tinha consciência que existiam. Entendi as músicas de amor, Chico Buarque, Los Hermanos, Tiê e Caetano Veloso. Entendi poesia. Fui poesia... Fui Poesia. Poesia feliz e efusiva. Poesia raivosa e magoada. Poesia sentida.

Faço a medição da intensidade de minha vida, pela quantidade de "Primeiras Vezes" que tive no ano. São sempre mais intensas, mais incertas e dão um medinho tão gostoso. Tratando-se de AMOR - coloco-o em letras maiúsculas - obtive muitas Primeiras Vezes esse ano e todas valeram muito a pena. Absorvi muito e reverberarei ainda mais. Não estou mais mais namorando com esse amor, mas com certeza ainda estamos nos amando. E pra quem diz que não deu certo, eu discordo. Deu certo. Deu muito certo!

Obrigado, Rafa.
Agora, somos amigos. Amigos, mas ainda um amor de hipopótamo.


“Só vim aqui pra agradecer o que a gente dividiu.
Do que é ruim eu me esqueço
O bom eu quero mais
Na tristeza eu quero avesso
Saiba que todo fim
É um recomeço
Pra nossa vida quero amor
O resto eu desconheço."
- Móveis Coloniais de Acaju


O MEU AMOR - Caetano Veloso e Ivete Sangalo (de Chico Buarque)




3 comentários:

Anônimo disse...

Você escreveu de uma inocencia e sensibilidade tão grandes, parabens.

Piero disse...

Amor verdadeiro é quando os dois se amam e acabam bem, se amando e respeitando.

O texto ficou muito bom, cara. Muito mesmo.

Anônimo disse...

Escreve mais!! todos os dias!!